DESAFIOS DA INDÚSTRIA DE CELULOSE DO BRASIL
Em 1960 representávamos apenas 0,5% da produção mundial, atualmente estamos próximos a 9%. Enquanto a produção de celulose do resto do mundo cresceu em média cerca 1,8%a.a. entre 1960 e 2014, o Brasil, no mesmo período, o crescimento médio anual foi de aproximadamente 7,4% (Figura 1).
Apesar do forte crescimento da indústria nacional de celulose, em especial na última década, a configuração econômica e mercadológica, nacional e internacional, impõe importantes desafios que deverão ser superados nos próximos anos, para que o país continue com papel de destaque no mercado mundial.
Entre os desafios que a indústria deve enfrentar, a CONSUFOR entende que o principal está relacionado com a competitividade em custos. O motivo para selecionar esse tema como principal reside, entre outros aspectos, no fato de que custo é uma variável que a empresa tem controle e pode influenciar diretamente. Aspectos como demanda ou preço são variáveis exógenas de pouca ou nenhuma influência da empresa.
Nesse sentido, a CONSUFOR elenca 4 estratégias mestras (Figura 2) para que as empresas de celulose do Brasil possam se utilizar para, de forma efetiva, reduzir os custos e, ao mesmo tempo, gerar valor ao acionista para que o negócio se perpetue.
O ganho de escala é resultado de expansão da base industrial (novas plantas, expansão das linhas existentes ou da fusão/aquisição de outras empresas). Todas as alternativas podem gerar sinergias significativas reduzindo custos e aumentando a competitividade das empresas.
O aumento de produtividade primeiramente passará pela capacitação das pessoas. As empresas dependem essencialmente de material humano. Assim, o principal investimento deve ser em capacitar pessoas. Não adianta investir nos melhores equipamentos se operadores não são capacitados para operá-los de forma apropriada. Não adianta investir em modelos de gestão sofisticados se as pessoas que tomam as decisões no dia a dia, não estão preparadas para isso. Tendo em mente que a capacitação das pessoas é o principal investimento para aumentar a produtividade, investimentos nas áreas de P&D, inteligência de mercado e estratégia, otimização de processos são as demais alternativas para buscar ganhos de produtividade.
A potencialização do site contribuirá para a competitividade em custos a medida que adéqua o raio de abastecimento de insumos, soluciona problemas de produtividade florestal tanto nas novas fronteiras como nas regiões florestais já consolidadas, mitiga os impactos sociais e ambientais, além de ajustar todos aspectos intervenientes da logística.
A maximização do modelo de gestão é outra fonte para melhorar a competitividade da empresa em termos de custos. Definição de questões importantes como Verticalizar X Horizontalizar, Terceirizar X Primarizar, conceitos de custo caixa X custo econômico, certamente conduzem a uma maior competitividade da empresa.
É importante ressaltar que todos esses aspectos devem ser analisados sob o prisma do “Longo Prazo” evitando simplesmente olhar para o “bottom line” do curto prazo sem avaliar eventuais impactos que afetarão a competitividade da empresa no futuro.
Artigo de Ederson de Almeida – Economista, MBA e Diretor Executivo da Consufor, publicado no site CeluloseOnline