A verba para financiamento da inovação de produtos, processos e serviços está aberta à participação de empresas de todos os portes, inclusive aquelas com faturamento inferior a R$ 3,6 milhões – classificadas como de micro e pequeno porte. Os empresários devem estar atentos às ideias dos seus colaboradores, às demandas de mercado, necessidade de clientes finais e novas tecnologias que surgem e mudam o patamar tecnológico da indústria. “Para inovar, o empresário pode contar com recursos financeiros do governo, mas principalmente com recursos humanos qualificados das universidades e centros de tecnologia do Rio. O Sistema FIRJAN busca a articulação de projetos entre Universidade – Empresa – Governo do Estado do Rio de Janeiro para criar produtos e processos inovadores”, orienta Fabiano Gallindo, especialista de Projetos Tecnológicos da ASSIN. Ele explica que o SENAI tem quatro Centros de Tecnologia (CTS): Alimentos e Bebidas, Ambiental, Automação e Simulação e Solda, que são centros de excelência à disposição da indústria fluminense. “Além de contar com técnicos e engenheiros qualificados e tecnologia de ponta, o SENAI ainda oferece o Edital SESI/SENAI de Inovação, que pode custear parte do projeto”, afirma ele.

 

O Núcleo oferece uma consultoria estratégica, cruzando a análise do portfólio das empresas com as informações sobre a economia do estado, demanda de mercado e recursos disponíveis. A partir desse cenário, define-se o melhor produto para inovar. “É preciso esclarecer que nem todo produto tem potencial de inovação, daí a importância desse trabalho prévio que fazemos. A melhor opção é criar projetos sobre produtos e processos que já tenham mercado específico para serem explorados”, comenta o especialista.

 

Depois dessa etapa, são avaliados os ativos internos das empresas – capital humano e estrutural. A orientação é buscar ativos que completem o que a empresa não tem, como pesquisadores, patentes, equipamentos, etc. “Quem dialoga bem com universidades e centros de tecnologia costuma ser bem-sucedido em editais de inovação”, avalia Gallindo. Como parte dessa consultoria, o Núcleo de Atendimento a Projetos de Inovação também apresenta aos empresários projetos de empresas similares, que já conseguiram desenvolver ideias inovadoras. “A troca de informação é bem rica e inspiradora”, destaca.

 

CASES DE SUCESSO

 

Poliana Silva, diretora do Laboratório Simões, ressalta o apoio do Sistema FIRJAN para estimular a inovação. A empresária apostou na clonagem e cultivo de espécies vegetais usadas na fabricação dos seus produtos para inovar. “Contamos com a consultoria do Núcleo de Atendimento a Projetos de Inovação e conseguimos viabilizar o projeto. O Sistema FIRJAN é um elo importante entre as empresas e as instituições de fomento”, comenta. O projeto foi executado através de uma rede mista de cooperação técnico-científica, formada por Laboratório Simões, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). “Levávamos mudas de planta para a clonagem e depois as transportávamos para o campo, sempre padronizando todas as etapas de cultivo e colheita”, explica Poliana, que também preside o Conselho de Jovens Empresários da Federação. A iniciativa aprimorou a qualidade dos produtos, gerou patentes, publicações internacionais e protocolos inéditos de micropropagação, além de reduzir o retrabalho no processo produtivo em 16%. Pela iniciativa, o Laboratório Simões ganhou o Prêmio Finep Inovação Tecnológica e três premiações da Confederação Nacional da Indústria.

 

Outra empresa que recebeu consultoria do Núcleo de Atendimento a Projetos de Inovação foi a FMC Technologies, especializada em soluções tecnológicas para o setor de energia. No ano passado, a FMC teve projeto aprovado no edital Inova Petro, que destinará R$ 3 bilhões até 2017 para desenvolver a cadeia de fornecedores da indústria de petróleo e gás. Segundo Ricardo Coelho, gerente da FMC, o projeto aprovado está relacionado à linha temática de “Tecnologias Aplicáveis em Processamento de Superfície”, ainda em fase inicial. O executivo elogiou a iniciativa da Federação fluminense de apoiar as empresas na elaboração de projetos inovadores. “O suporte da FIRJAN, promovendo as apresentações de esclarecimento da Finep sobre o programa Inova Petro, foi fundamental para o entendimento do edital e a nossa tomada de decisão.”

 

Cristiane Abreu, analista de Projetos do Departamento de Petróleo e Gás e Indústria Naval da Finep, ressalta o papel da Federação como ponte entre as empresas e as fontes de financiamento. “A Finep tem vários editais que fomentam a inovação. A parceria com o Sistema FIRJAN para divulgá-los estimula a participação das empresas”, avalia.

 

Para mais informações sobre o Núcleo de Atendimento a Projetos de Inovação, entre em contato pelo e-mail inovacao@firjan.org.br. Acesse a Cartilha de Inovação do Sistema FIRJAN no link http://migre.me/gDbPe.

 

 

Fonte: Carta da Indústria nº 639 – Sistema FIRJAN