SETOR AINDA AGUARDA DEFINIÇÃO DOS INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS SOBRE TERRA AGRÍCOLA
Segundo Ederson de Almeida, da consultoria Consufor, esse problema é agravado pelo fato de 70% dos fundos de investimento em ativos florestais no Brasil serem estrangeiros. Segundo Almeida, os grupos de fora foram os primeiros a identificar o potencial do eucalipto “terceirizado”. Foi só a partir de 2010, com o parecer da AGU, que os fundos nacionais começaram a ganhar mais espaço neste mercado.
Até grandes empresas podem se ver obrigadas a dar explicações quando há capital internacional envolvido em suas operações de compra e venda de terras. Foi o que ocorreu com a Fibria, que vendeu 210 mil hectares à Parkia Participações em novembro de 2013. Pelo acordo, a líder global em produção de celulose de fibra curta repassou 24% de suas terras à Parkia. Alguns dias mais tarde, teve de dar explicações ao mercado, Isso porque, embora a Parkia fosse uma empresa brasileira, ela levantou fundos no exterior para viabilizar o negócio.
Diante das restrições ao capital estrangeiro, os fundos globais que ainda têm apetite por ativos brasileiros estão se desdobrando para achar brechas jurídicas para continuar a fechar negócios no Brasil. “Em alguns casos, os estrangeiros compram só as florestas, mas não a terra em que elas são plantadas. E ainda existem os contrato de cessão de uso de terra, que podem durar 50 ou até 99 anos”, explica o consultor.
Fonte: CeluloseOnline